quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

No topo, o tempo é frio e os ventos são fortes

Em atividades que envolvem competição, os participantes são implacáveis. Isso não significa que não respeitam os oponentes, mas que usam todas as regras do jogo e as habilidades que têm para superá-los.

O boxeador não deixará de nocautear seu adversário, nem o atacante evitará fazer o décimo gol, em sonora goleada. Assim também é o jogo empresarial.

A luta não é pelo espaço no armazém do cliente, por um lugarzinho na vitrine do revendedor, por uma gôndola a mais no supermercado ou por um outdoor na rua principal. O esforço é para ocupar, pelo tempo que for possível, a mente do consumidor.

A terrível luta para chegar ao topo da montanha do sucesso, espaço para apenas um, traz uma surpreendente novidade para quem a alcança: fincada a bandeira, não há conforto, pois lá em cima o tempo é frio e os ventos são fortes.

A concorrência pelo privilégio de ocupar o topo dessa montanha é negócio para profissionais. Por essa razão, poucas empresas conseguem manter por muito tempo essa condição.

Ainda que insistamos, gestores negligenciam o fato de que a permanência ou mesmo a descida requer a boa companhia de experts, pessoas acostumadas a lidar com as intempéries.

A descida é sempre mais perigosa do que a subida. Há o cansaço, o desânimo pela perda do lugar, o encontro com grupos mais motivados que sobem com mais energia, o uso de novos recursos de escalada e os competidores que vão chegando com seus tanques de oxigênio carregados de ar puro.

Quanto mais para baixo vai a empresa, maior é o risco de ser atingida por avalanches. Lá no alto, há muitos pés pisando em pedras soltas, as quais estão prontas para rolar.

Empresa no topo é sinônimo de adversário a ser derrotado. Ainda que não queira, é inevitável que o vencedor deixe, no rastro do sucesso, lições que podem ser aprendidas e aperfeiçoadas.

Note que recordes há muito tempo sem serem batidos, uma vez que fiquem para trás, serão superados sucessivamente. Nesse aspecto, crer é poder. Poder que leva o homem a feitos extraordinários, eliminando a própria descrença e o descrédito.

Mas por que almejar o topo, se a permanência custa tão caro?

Por uma razão muito simples: para permanecer em qualquer competição, o mínimo que podemos fazer é dar o máximo.

No jogo das empresas, o preço da entrada não costuma ser baixo e o de saída pode ser muito maior.

É sempre bom lembrar a velha frase: “Por que veio, veio por quê?”.

Se você não estiver preparado, não entre na competição. Se entrou no jogo, foi para jogar.

Então, como ficar de fora, se até a Luiza voltou do Canadá?

O trabalho na montanha do sucesso não requer apenas a superação dos adversários e das adversidades, é necessário levar ao local da permanência os recursos para a subsistência.

O que carregar e como continuar a abastecer o local são decisões que dependerão de conhecimentos, de recursos financeiros e de habilidades.

Fonte: Ivan Postigo, diretor de Gestão Empresarial da Postigo Consultoria Comunicação e Gestão

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